Na prática a teoria é outra. Creio que a maioria dos leitores deste texto já ouviu esta expressão. Não sei qual a interpretação que cada leitor dá, mas para mim parece passar a mensagem de que a teoria não se aplica na prática ou se aplica de forma marginal.

No que diz respeito à Governança Corporativa, tenho o privilégio de estar nos dois lados.

Por um lado, tenho uma experiência de quase 3 décadas em 9 diferentes fóruns e empresas de tamanhos variados, desde uma gigante como o Banco do Brasil S.A. até empresa do varejo que não possui obrigatoriedade de implementação de órgãos de governança. Pelo lado da teoria, escolhi como tema da tese de doutorado na Universidade de São Paulo-USP, defendida em 2003, o tema Governança Corporativa.

Destarte, minha opinião sobre “Na prática a teoria é outra” é que sim a teoria é aplicável e tem especial relevância para orientar as ações dos atores dos fóruns de GC. O que precisa ser considerado, no entanto, é o tamanho da empresa, suas necessidades ou não de estar em compliance com alguma norma e, principalmente, o estágio de maturidade dessa organização.

Os mecanismos de GC devem ser utilizados como instrumentos de gestão e fazê-los funcionar com eficácia, e não apenas para atender regulamento, é um processo que não pode ser acelerado em demasia, visto que está intimamente ligado à cultura da empresa. A não observância desses aspectos pode sim fortalecer a ideia de que a teoria não funciona na prática ou tem eficácia marginal.

Este é um primeiro post que faço aqui para iniciar uma série que pretendo dividir com os integrantes desta rede social para compartilhar minha experiência em fóruns de GC.
Os próximos posts contemplarão:

• A gênese da GC e seus mecanismos;
• O modelo mental que orienta minhas ações em GC;
• Questões relacionadas a Conselho de Administração;
• Comitê de Auditoria de A a Z – desde planejamento até relatório de atividades;
  E vários outros.
  Solicito a quem tem experiência e/ou interessa-se pelo assunto GC que sugira temas, exponha sua opinião, concordando, discordando, acrescentando …para que nosso conhecimento e experiências possam ser úteis a outras pessoas e empresas e assim se perpetuem.